sábado, 23 de agosto de 2014

Aspectos de uma oração poderosa.


A oração é sem dúvidas um dos principais pilares da vida cristã, e justamente por isso é um assunto que gera muitas dúvidas. Todos querem ser ouvidos e atendidos por Deus, mas poucos são os que buscam isso da maneira correta. Existem muitos mitos e paradigmas a respeito de como orar corretamente, de maneira poderosa, como muitos dizem. É muito difícil esgotar esse assunto em um único texto, livros e mais livros já foram escritos tendo como assunto a oração; mas tentarei aqui buscar na Palavra de Deus alguns valiosos ensinamentos sobre como tornar a nossa oração mais poderosa.

1)    A primeira coisa que deve estar completamente certa em nossa mente é que a oração mais poderosa que existe é aquela que busca a vontade de Deus. Nem mesmo milhões de palavras bonitas e bem articuladas serão mais poderosas do que um simples “seja feita a Tua vontade”. Deus não faz nada que seja contra a vontade d’Ele, sendo assim, de nada adianta impormos aquilo que queremos em nossas orações; antes, devemos basear as nossas vontades naquilo que agrada à Deus. Devemos pedir para que tudo o que queremos ou planejamos esteja de acordo com a vontade divina, e se não estiver, devemos pedir para que Deus mude o nosso querer. Nada é mais importante do que agradar ao Pai.

2)    A segunda coisa que deve pautar as nossas orações é a humildade. A Bíblia nos mostra que Deus não dá ouvidos aos soberbos, mas àqueles que se prostram com humildade em suas orações Deus ouvirá. Muitas pessoas oram usando expressões do tipo: “eu determino”, “eu declaro” ou “eu profetizo”, mas acaso nós somos mais poderosos do que os decretos divinos? Nós podemos por acaso mudar os desígnios de Deus com a nossa oração? Com certeza que não, a nossa oração deve buscar apenas confirmar aquilo que Deus já determinou, é através das nossas orações que Deus faz cumprir seus decretos e não a nossa oração que muda o decreto de Deus (mas isso é assunto para outra postagem). Devemos também lembrar-nos do ensino de Jesus a respeito da oração; o fariseu que orava de modo soberbo não foi justificado, mas o publicano que se humilhou agradou a Deus com sua oração.

O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
Lucas 18:13-14

Outro maravilhoso exemplo de oração que agrada a Deus é o de Daniel. Esse texto em particular nos dá diversas dicas de uma oração sincera, devemos observar como Daniel se humilhou e exaltou a Deus em sua oração.

E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
 E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
Pecamos, e cometemos iniquidades, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
Daniel 9:3-5

3)    Ore com sinceridade. O próprio exemplo da oração de Daniel acima nos leva a outro importante ponto a se observar. Nossas orações devem ser sinceras. Percebam como Daniel confessa os pecados a Deus, e é assim que deve ser. Deus não se agradará de nossa oração se continuarmos em nossos pecados e não nos dispusermos a abandoná-los. Ele não ouve os ímpios, mas aqueles que verdadeiramente se arrependem e buscam a misericórdia de Deus com certeza serão ouvidos.

Se eu acalentasse o pecado no coração,o Senhor não me ouviria
Salmos 66:18

O Senhor está longe dos ímpios, mas a oração dos justos escutará.
Provérbios 15:29

Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
Salmos 51:17

4)    Ore com base teológica. Aqui está algo que poucos fazem, ou acham necessário, mas é importante que você introduza teologia em suas orações! Isso não significa que você precise usar termos rebuscados para falar ao Senhor, mas sim que você precisa ser um examinador das Escrituras e cuidar para que a sua oração não seja teologicamente falha e vá de encontro àquilo que Deus nos ensina através da Bíblia. Devemos pensar antes de falar até mesmo quando estivermos orando. A oração, ao contrário do que muitos pensam, não é esvaziar sua mente e deixar sair diversas palavras bonitas, mas sim entender muito bem tudo aquilo que se está dizendo, e dizer com consciência, refletindo sobre cada palavra, para que dessa maneira a sua oração seja sincera. É completamente incompatível a postura de alguém que deseja orar, mas que rejeita o ensino Bíblico.

O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.
Provérbios 28:9

Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.
1 Coríntios 14:15

5)    A oração de um ministro não é mais poderosa do que a sua. Muitas pessoas pensam que a oração de um pastor, presbítero ou qualquer oficial da igreja é mais poderosa do que a sua. Essa é uma crença que remonta ao sacerdócio. (Leia Por que não precisamos mais de sacerdotes?). Inclusive muitos líderes de igreja, em especial os “neo-apóstolos”, se aproveitam dessa crença de que suas orações seriam mais poderosas e abusam dos membros de suas igrejas. Alguns usam como justificativa para esse poder especial o texto de Tiago 5.14 que diz que se há algum doente deve-se chamar os presbíteros da igreja para orar sobre ele. Mas analisando o texto racionalmente podemos dizer que Tiago aconselha isso não porque as orações dos presbíteros seriam mais poderosas, mas sim porque faz parte do ofício dos presbíteros orar pelos doentes da igreja, assim como faz parte do ofício do diácono auxiliar os doentes em suas necessidades, não porque o diácono faça isso melhor do que outra pessoa, mas sim porque é uma de suas funções como diácono.
Portanto, independente da gravidade da situação não coloque sobre seu pastor ou qualquer outra pessoa o compromisso de oração por você enquanto você mesmo não ora, achando que sua oração não é nada comparada à oração dessa pessoa. Isso tem muito a ver com o próximo ponto.

6)    Tenha fé em sua oração. Há pessoas que oram apenas porque se sentem bem, mas não creem que aquilo que pediram possa acontecer. Essa não deve ser a nossa postura ao orar. A Bíblia nos ensina que devemos orar já crendo naquilo que estamos pedindo, pois certamente, se estiver de acordo com a vontade de Deus, nossos pedidos serão atendidos. Devemos confiar que quando oramos por algo Deus fará o que for melhor! Se você ora mas continua aflito, inquieto ou ansioso por causa do que você orou, então você não está confiando nas providências do nosso criador.

E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.
Mateus 21:22

Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
Filipenses 4:6

Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
Romanos 12:12

7)    Ore sem superstições. Muitos criticam o catolicismo romano por suas orações, que nada mais são do que uma repetição de palavras, como se o poder da oração estivesse naquelas palavras e não na sinceridade de seu coração e quanto mais se repetir aquelas palavras mais poderosa será sua oração. Evidente que isso não passa de superstição e é claramente condenável à luz das Escrituras. Mas antes de criticarmos a farpa no olho dos outros devemos enxergar a trave em nossos olhos. Há igrejas no meio evangélico que introduzem em suas orações o que chamam de clamor pelo sangue de Cristo, e se não for feito esse clamor antes de cada oração é como se sua oração não fosse válida, ou corresse um sério risco de não ser atendida, isso chega ao ponto de que se alguém começar uma oração e não fizer o clamor pelo sangue, outro irmão o interrompe e o faz. Isso por acaso não é superstição? É claro que é.
Até mesmo cristãos reformados, de igrejas tradicionais possuem uma mentalidade supersticiosa na hora de orar; não são poucos os que empregam a comum frase “Em nome de Jesus” ao final de suas orações como se fosse uma fórmula mágica, uma partícula condicional para a aceitação da oração por Deus, muitos acham um desrespeito quando não se emprega o “Em nome de Jesus” ao final de uma oração. Isso também é superstição. O que devemos ter em mente é que quando falamos “Em nome de Jesus” isso é mais importante para nós do que para Deus, pois nos faz lembrar que é pelo sacrifício de Jesus que nós temos livre acesso ao Pai. Portanto, não tenhamos superstições ao orar; saibamos que não existem palavras mágicas para lidar com Deus. Ele não examina nossas palavras, mas o que está em nosso coração.

E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.
Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.
Mateus 6:7-8

É certo que nós não sabemos orar como convém, mas isso não significa que não devamos orar. Pelo contrário, certamente essa é a nossa maior arma contra o mundo e nunca é tarde para aperfeiçoarmos nossa prática de oração.
Orai sem cessar.

                                                                          1 Tessalonicenses 5:17

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Perdoar não é uma escolha para o cristão.


É muito comum ouvirmos alguém dizendo que há certas coisas que ela não perdoa. Parece até que cada um tem sua própria lista de coisas imperdoáveis. Outros, mesmo que não tenham essa postura tão inflexível, tem grande dificuldade em perdoar os erros alheios. Há até aqueles que dizem “eu até podia perdoar, mas não estou com vontade”. A verdade é que muito dificilmente você terá uma espontânea vontade em perdoar alguém, mas você não precisa estar com vontade para perdoar, você deve perdoar independente da sua vontade. Imagine se Deus nos dissesse que não está com vontade de nos perdoar, o que seria de nós?
Portanto, se Deus, sendo o autor e consumador de todas as coisas está disposto a perdoar os nossos pecados, quem somos nós para negar o nosso perdão ao nosso semelhante? Acaso somos melhores do que Deus? Não! Justamente por sermos falhos e egoístas no momento de perdoar é que não podemos nunca nos achar melhores do que Deus, que é fiel e justo em perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a injustiça mediante a nossa confissão (1 João 1.9).


Jesus nos ensina que para sermos perdoados pelo nosso Pai celestial nós também devemos perdoar uns aos outros:

Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.
Mateus 6:14-15

Como podemos nós suplicar pela misericórdia de Deus se não temos dessa mesma misericórdia com nossos irmãos? Não que o perdão de Deus dependa de nós, mas o ato de perdoar aos outros deve ser encarado como uma gratidão pelo perdão de Deus. É exatamente sobre isso que fala a parábola do devedor dos dez mil talentos (Mateus 18: 23-35). Se Deus nos perdoou uma dívida tão grande que tínhamos com ele, qual a nossa desculpa para não perdoarmos a dívida do nosso irmão que nem se compara àquela que nos foi perdoada?

Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.
Efésios 4:32

Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
Colossenses 3:13

Lembremo-nos que perdoar não é concordar com o erro, nem esquecê-lo. Perdoar é fazer com que aquilo que seu irmão fez contra ti não te traga mais mágoas, de modo que você possa se lembrar daquilo sem se irar contra ele. Não importa quantas vezes ele já errou, assim como o perdão de Deus não se esgota sobre nós o nosso perdão também não deve se esgotar.

Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe.E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe.
Lucas 17:3-4

De nada adianta oferecermos sacrifícios de louvor ao nosso Deus se em nossos corações cultivamos a mágoa ao nosso irmão.

Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.
Mateus 5:23-24

Portanto, volto a afirmar, perdoar não é uma escolha para os cristãos, mas sim uma ordenança bíblica, independente de sua vontade ou disposição em perdoar.


Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.

Lucas 6:36


sábado, 9 de agosto de 2014

Ainda temos levitas em nosso meio?

Atualmente no meio evangélico tem se tornado muito comum igrejas aceitarem que seus músicos se denominem levitas; até músicos muitos famosos tem tomado para si esse título. Mas de onde vem isso? É certo o uso desse título nos dias de hoje? Vejamos.
O nome levita é usado na Bíblia para designar aqueles que pertenciam à tribo de Levi e eram, portanto, descendentes de Levi, um dos doze filhos de Jacó. Deus os escolheu e os separou das outras tribos de Israel para que eles o servissem nas mais variadas funções. Os levitas tinham, entre muitas atribuições, o dever de manter tudo em ordem no tabernáculo e posteriormente no templo; eram eles que carregavam, desmontavam e montavam todas as partes do tabernáculo quando o povo estava se movendo pelo deserto, eles eram os porteiros e guardas do templo, se ocupavam com a preparação do alimento e também eram eles (especificamente os que descendiam de Arão) que exerciam o sacerdócio.
A tribo dos levitas deveria montar seu acampamento separado das outras tribos e sua ocupação deveria ser exclusivamente prestar contínuo serviço a Deus. Eles se alimentavam daquilo que era ofertado no templo e dos dízimos do povo de Israel. Nenhuma pessoa de outra tribo poderia tomar parte nos serviços do templo, pois eram atribuições exclusivas dos levitas. (Ver o livro de Números, capítulos 3 e 4 inteiros).

E separarás os levitas do meio dos filhos de Israel, para que os levitas sejam meus.E depois os levitas entrarão para fazerem o serviço da tenda da congregação; e tu os purificarás, e por oferta movida os oferecerás. 
Porquanto eles, dentre os filhos de Israel, me são dados; em lugar de todo aquele que abre a madre, do primogênito de cada um dos filhos de Israel, para mim os tenho tomado.
Números 8:14-16

Durante o reinado de Davi, os levitas passaram a ser responsáveis também pela música e cantos de louvores. Mais recentemente, muitos músicos do meio evangélico tem resgatado esse título, dizendo serem separados por Deus para a ministração do louvor. Acontece que o que tem levado essas pessoas a adotar o nome levita são a vaidade e a glória que o mundo proporciona; biblicamente falando não faz o menor sentido chamar aqueles que se ocupam do louvor de levitas, e há muitos argumentos para isso.
Aqueles que se dizem levitas não estão dispostos a viver separados das outras pessoas, se alimentando apenas daquilo que é ofertado ao templo. Ninguém chama o outro de levita porque ele está limpando a igreja, recepcionando os outros na porta da igreja, recolhendo e contando os dízimos e ofertas, pregando a Palavra ou fazendo qualquer outra atividade no culto. Apenas músicos são chamados levitas, porque essa é uma função de prestígio em nossa sociedade, e o título de levita infla ainda mais o ego desses homens, que não buscam a Glória de Deus, mas sim os aplausos dos homens e a glória de si mesmos. Mas a Bíblia nos ensina que todos os serviços do templo eram feitos pelos levitas, portanto também deveriam ser chamados levitas os pastores, presbíteros, diáconos, professores, obreiros, missionários... Todos os que estão a serviço de Deus.
No Novo Testamento, não há qualquer indicação da existência de um ministério levita, não há sequer indício de que havia algum grupo específico que deveria ser responsável pelo louvor; ao contrário, todos nós somos chamados a louvar a Deus. É muito importante que o crente entenda que não é o grupo de louvor da igreja que faz o louvor enquanto nós assistimos à apresentação deles, mas sim nós que participamos com eles louvando ao Senhor, nós fazemos o louvor. Nesse sentido todos nós seríamos levitas, portanto o uso desse nome como um título apenas ao grupo de louvor serve apenas para causar confusão aos crentes, como se o louvor desses ditos levitas fosse mais bem aceito por Deus.
Apesar do uso dessa palavra nos dias de hoje, a função mais importante dos levitas sequer era o louvor, mas sim o sacerdócio e uma vez que não existe mais esse sacerdócio exclusivo dos levitas (Leia Por que não precisamos mais de sacerdotes?) não faz mais sentido chamá-los assim. Todos nós somos sacerdotes, mesmo que não descendamos de Levi. A maior evidência de que não importa mais ser levita para servir ao Senhor é que Jesus Cristo, mesmo sendo o nosso grande Sumo Sacerdote, não era descendente de Levi, mas sim de Judá (Mateus 1.2). Dizer que há levitas em nosso tempo é como trazer de volta os mediadores que haviam entre Deus e os homens e que nós só podemos ter acesso a Deus através desses levitas, o que é totalmente incompatível com a Nova Aliança de Deus com seu povo.
Em suma meus irmãos, todos nós somos chamados a ser adoradores e servir a Deus de alguma forma, não existe mais a exclusividade da tribo de Levi. Portanto, penso que a menos que você tenha uma autêntica árvore genealógica que te aponte como descendente de Levi é melhor evitar o termo “levita” em nossos dias.

Louvai ao SENHOR todas as nações, louvai-o todos os povos.
Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor.
Salmos 117

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Deus é mesmo justo?


Muitos são os que afirmam que Deus é injusto e o argumento usado é de que se Deus fosse justo não salvaria apenas alguns. Na mente dessas pessoas, ser justo é dar a mesma coisa para todos, mas isso é mesmo justiça? Segundo o dicionário Aurélio, justiça significa virtude moral pela qual se atribui a cada indivíduo o que lhe compete; em outras palavras, é dar aquilo que cada um merece. Mas o que nós de fato merecemos? Vejamos o que a Bíblia tem a nos ensinar sobre isso.

Acaso falais vós, deveras, ó congregação, a justiça? Julgais retamente, ó filhos dos homens? Antes no coração forjais iniquidades; sobre a terra pesais a violência das vossas mãos. Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras.
Salmos 58:1-3

Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.
Mas, porque vos digo a verdade, não me credes.

João 8:44-45

Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.
Romanos 5:12

Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.
O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus.
Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.

Salmos 14:1-3

Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.
Salmos 51:5

A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.

João 3:19-20

Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; Cuja boca está cheia de maldição e amargura.
 
Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Romanos 3:9-18

Todos os textos acima nos afirmam que o homem é naturalmente mal, isso é o que a fé reformada chama de Depravação Total, a Bíblia afirma que todos nós pecamos, e ela nos diz ainda que a recompensa pelos nossos pecados é a morte eterna (Romanos 6.23), ou seja, todos nós deveríamos ser condenados ao inferno, não há sequer um homem sobre a terra que mereça sua salvação.
Nesse ponto, podemos concluir que Deus é totalmente justo com todos os homens, pois nos dá exatamente aquilo que merecemos, a condenação eterna.
Entretanto, para alguns homens que Deus escolheu desde a eternidade ele não é justo segundo a nossa definição, pois a esses Ele não dá o que merecem, mas dá muito mais! Deus não é justo com seus eleitos, Ele é mais que isso, a sua misericórdia e a sua bondade extravasam sua justiça, assim Deus dá a quem Ele quer a graça da salvação. Deus não precisa dar a salvação a todos para ser justo, pois a salvação é a concessão da graça de Deus, ela não é merecida, Deus tem misericórdia de quem ele quer, isso não depende de nós, mas do coração de Deus.

Que diremos pois? Que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. 
Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus,
que se compadece.
Romanos 9:14-16

Concluí-se então que Deus é totalmente justo com todos os homens, inclusive aqueles que são condenados à morte eterna, no entanto, com aqueles que Ele predestinou para a salvação, Deus é mais do que justo por causa de sua misericórdia. Muitos oram perguntando “Senhor, por que permitistes que tantas pessoas sejam condenadas à morte?”, quando a melhor oração a se fazer seria: “Senhor, por que escolheste a mim, mesmo eu estando morto em meus próprios pecados e fazendo o que é mau aos teus olhos? O que fiz eu para alcançar a Tua graça sobre mim? Certamente eu nada poderia fazer para merecer isso meu Senhor, sei que é apenas pela Tua  graça e misericórdia que recebo a vida eterna!”.

E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,
Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência;
Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Efésios 2:1-8

Por que não precisamos mais de sacerdotes?


Ao longo de todo o Antigo Testamento Deus escolheu aqueles que o deveriam servir como sacerdotes, esses recebiam uma unção e eram separados especialmente para servir a Deus no tabernáculo e posteriormente no seu Templo. As funções desses sacerdotes incluíam coordenar o culto a Deus, cuidar dos sacrifícios para a expiação dos pecados do povo, realizar os serviços do templo, como cuidar do incenso, do candelabro e dos pães da proposição; mas a principal função do sacerdote era ser o mediador entre o povo e Deus. Sempre que se queria consultar a Deus a respeito de qualquer assunto era o sacerdote que realizava essa consulta.
No tabernáculo e também no templo havia um Lugar Santo onde os sacerdotes realizavam seus trabalhos (onde ficava o incenso, o candelabro e a mesa dos pães da proposição) e havia outro ambiente separado do Lugar Santo por um véu, esse lugar era denominado Santo dos Santos, ou Santíssimo Lugar, e ali se encontrava a arca da aliança, de onde Deus falava com seu povo. Mas apenas o sumo sacerdote poderia adentrar ao Santíssimo Lugar, mesmo assim com muita cautela e apenas após ter se purificado, caso contrário seria consumido por Deus por causa de seus pecados, uma vez que naquela época ainda não havia acontecido o perfeito sacrifício para a remissão dos pecados dos homens.

Vemos, portanto, que o povo não tinha contato com Deus, tudo era intermediado pelo sumo sacerdote, que era o único com acesso ao Senhor. Acontece que assim que a morte de Jesus Cristo foi consumada, os evangelhos nos relatam um fato curioso:

E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras.
Mateus 27:50-51

Essa passagem é especialmente carregada de significado e tem enorme importância, embora às vezes possa passar despercebida. Assim que Jesus efetivamente morreu, o véu que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos se rasgou por completo, simbolizando que a partir do sacrifício de Cristo todos nós temos acesso a Deus. Portanto agora quem faz a mediação entre o povo e Deus é Cristo Jesus, ele é o nosso sumo sacerdote! Assim dizem as Escrituras:

Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
Hebreus 4:14

Devemos perceber que Cristo deve ser considerado nosso sumo sacerdote também por ter ministrado o perfeito sacrifício para a remissão dos nossos pecados. É graças a esse sacrifício que todos nós, mesmo sendo pecadores, podemos nos achegar ao Deus Altíssimo sem sermos consumidos. Se continuarmos nos versículos seguintes do livro de Hebreus veremos que o autor confirma o sacerdócio de Cristo e nos convida para irmos ao trono da Graça:

Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.
Hebreus 4:15-16

Além disso, a Bíblia chama todos nós de sacerdotes, para que possamos todos servir a Deus, uma vez que Deus não habita em templos construídos pelas mãos dos homens (Atos 17.24), mas sim em nós (1 Coríntios 3.16):

Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.
1 Pedro 2:5

E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados,e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém.
Apocalipse 1:5-6

Tendo em vista tudo o que foi exposto podemos concluir que nos dias de hoje não faz qualquer sentido haverem ainda sacerdotes ordenados sobre o povo, mas mesmo assim algumas igrejas, como o Catolicismo Romano, ainda adotam essa prática; o que faz com que em um país como o Brasil, com raízes católicas, até mesmo os crentes possuam uma mentalidade de considerarem seus pastores como sacerdotes, e alguns até se aproveitam disso. Também penso ser repreensível a atitude de alguns pastores evangélicos que usam ornamentos ou roupas especiais para diferenciá-los do rebanho, como roupas que lembram as usadas por padres católicos, ou o clergyman, que é um acessório usado por muitos pastores e muito semelhante ao colarinho romano, adotado pelo catolicismo.

Esses homens, apesar das roupas, são pastores evangélicos.
Essas vestimentas confundem ainda mais os crentes, que passam a ver seu pastor como um sacerdote. Eu reafirmo, nenhum pastor possui o sacerdócio sobre seu rebanho, antes, todos nós somos chamados ao sacerdócio. Você é tão sacerdote quanto seu pastor.
É importante frisar que eu não estou aqui colocando em cheque o exercício pastoral, pois a função de pastor é perfeitamente bíblica, nem estou contestando a liderança ou conclamando uma rebelião contra os pastores, eles têm sim autoridade sobre seu rebanho e devemos ter respeito pelo exercício de seus ministérios, são homens a serviço de nosso Deus, seus ensinamentos e admoestações, enquanto estiverem de acordo com as Escrituras, devem ser plenamente obedecidos. Devemos apenas ter cuidado com aqueles que extrapolam seu verdadeiro papel e se colocam como intermediadores entre Deus e os homens, ou cobram sacrifícios pelos nossos pecados, uma vez que nada pode substituir o sangue que por nós verteu na cruz do Calvário.
Graça e Paz

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Sobre Imagens, Esculturas e Ídolos.



Quase sempre que pensamos nesse assunto de idolatria o que vem a nossa cabeça é o Catolicismo Romano, mas o que muitos não estão percebendo é que a idolatria é algo existente e crescente no meio evangélico. É algo comum em igrejas neopentecostais, mas não está limitado a elas; todos nós somos sujeitos a sucumbir à idolatria.
Há uma tendência de algumas igrejas em agregar elementos judaicos em seus cultos, como vemos na imagem acima, onde crentes se prostram diante de réplicas da arca da aliança, adorando-a, como se o próprio Deus vivo estivesse ali. Um exemplo recente é a réplica da reconstrução do Templo de Salomão, o que não faz o menor sentido para o cristianismo e ainda induz as pessoas à uma peregrinação santa, além de uma idolatria pelos elementos desse templo. Também há nas igrejas católicas o costume de se ajoelhar diante de imagens de santos, de Maria ou de Cristo, orando a eles para que intercedam diante de Deus e ainda existe a adoração da hóstia, que segundo suas crenças é um pedaço de pão que após ser consagrado torna-se verdadeiramente a carne de Cristo (transubstanciação). Essa hóstia é colocada em um objeto chamado ostensório (vide imagem abaixo) para sua adoração pública, quando os fiéis se ajoelham diante dele em adoração e buscam tocar no objeto como se houvesse realmente um poder divino nele. Todas essas coisas se originam do paganismo. O povo de Deus no antigo testamento conviveu com povos que tinham diversos ídolos e adoravam a deuses estranhos, mas Deus sempre os advertiu a não se misturar com esses povos.
Ostensório
Ainda tem aqueles que idolatram pessoas, especialmente pastores, líderes espirituais e artistas, inclusive artistas gospels, indo a shows não para adorar a Deus, mas para pular por seus ídolos, gritar por seus ídolos, até chorar por seus ídolos. E há artistas que se deixam levar totalmente por essa idolatria, tem seus egos inflados, tornam-se soberbos e orgulhosos, apaixonam-se pela fama e pelo dinheiro, dizem que a histeria de seus fãs é manifestação do Espírito Santo, mas não tem qualquer base bíblica para afirmarem isso, logo cometem blasfêmia contra o Espírito.
Há ainda aqueles que se orgulham por não se ajoelharem diante de imagem ou objeto nenhum e dizem não fazer ídolos, mas buscam diversas coisas acima do Reino de Deus, como dinheiro e prestígio. A verdade é que Deus nos diz para adorarmos a ele sobre todas as coisas, portanto tudo que nós colocamos acima das coisas de Deus se torna um ídolo. Muitas pessoas colocam o dinheiro acima de Deus, colocam seus relacionamentos acima de Deus, colocam seu trabalho acima de Deus, colocam sua vaidade acima de Deus; mas tudo isso não passa de idolatria.
Quanto à idolatria, Deus nos deu regras muito claras:

Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
Êxodo 20:1-6

Essa postura de idolatria não traz outra coisa senão a ira de Deus, sobre a vida do idólatra:

Eis a voz do clamor da filha do meu povo de terra mui remota; não está o Senhor em Sião? Não está nela o seu rei? Por que me provocaram à ira com as suas imagens de escultura, com vaidades estranhas?
Jeremias 8:19

E sucederá naquele dia, diz o Senhor, que eu exterminarei do meio de ti os teus cavalos, e destruirei os teus carros.
E destruirei as cidades da tua terra, e derrubarei todas as tuas fortalezas;
E exterminarei as feitiçarias da tua mão; e não terás adivinhadores;
E destruirei do meio de ti as tuas imagens de escultura e as tuas estátuas; e tu não te inclinarás mais diante da obra das tuas mãos.
E arrancarei os teus bosques do meio de ti; e destruirei as tuas cidades.
E com ira e com furor farei vingança sobre os gentios que não ouvem.

Miquéias 5:10-15

É impressionante vermos como Deus fala em sua Palavra exatamente o que aconteceria a respeito da idolatria, mas dá conselhos claros para que nós não sigamos pelos caminhos desse povo:

Ouvi a palavra que o SENHOR vos fala a vós, ó casa de Israel.
Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações.
Porque os costumes dos povos são vaidade; pois corta-se do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, feita com machado;
Com prata e com ouro o enfeitam, com pregos e com martelos o firmam, para que não se mova.
São como a palmeira, obra torneada, porém não podem falar; certamente são levados, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, nem tampouco têm poder de fazer bem.

Jeremias 10:1-5

Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.
Isaías 45:20

Devemos ter em mente que toda oração que é feita a imagens é em vão que se faz, pois o Espírito de Deus definitivamente não está nelas, e não há poder algum nelas para realizar qualquer coisa, elas sequer ouvem ou veem.

Todo o homem é embrutecido no seu conhecimento; envergonha-se todo o fundidor da sua imagem de escultura; porque sua imagem fundida é mentira, e nelas não há espírito. Vaidade são, obra de enganos: no tempo da sua visitação virão a perecer.
Jeremias 10:14-15

Porque dirão os gentios: Onde está o seu Deus?
Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou.
Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens.
Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem.
Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram.
Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.
Salmos 115:2-8

Portanto irmãos, tenhamos em mente que há um único Deus verdadeiro, que deve ser posto em primeiro lugar nas nossas vidas, somente a Ele devemos dar a glória, a adoração e o nosso louvor, somente a Ele devem se dirigir as nossas orações, somente nEle deve estar a nossa confiança. Nunca nos esqueçamos dos cinco solas da Reforma, dentre eles o Soli Deo Glória (Glória somente a Deus).

Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.
Isaías 42:8