quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Perdoar não é uma escolha para o cristão.


É muito comum ouvirmos alguém dizendo que há certas coisas que ela não perdoa. Parece até que cada um tem sua própria lista de coisas imperdoáveis. Outros, mesmo que não tenham essa postura tão inflexível, tem grande dificuldade em perdoar os erros alheios. Há até aqueles que dizem “eu até podia perdoar, mas não estou com vontade”. A verdade é que muito dificilmente você terá uma espontânea vontade em perdoar alguém, mas você não precisa estar com vontade para perdoar, você deve perdoar independente da sua vontade. Imagine se Deus nos dissesse que não está com vontade de nos perdoar, o que seria de nós?
Portanto, se Deus, sendo o autor e consumador de todas as coisas está disposto a perdoar os nossos pecados, quem somos nós para negar o nosso perdão ao nosso semelhante? Acaso somos melhores do que Deus? Não! Justamente por sermos falhos e egoístas no momento de perdoar é que não podemos nunca nos achar melhores do que Deus, que é fiel e justo em perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a injustiça mediante a nossa confissão (1 João 1.9).


Jesus nos ensina que para sermos perdoados pelo nosso Pai celestial nós também devemos perdoar uns aos outros:

Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.
Mateus 6:14-15

Como podemos nós suplicar pela misericórdia de Deus se não temos dessa mesma misericórdia com nossos irmãos? Não que o perdão de Deus dependa de nós, mas o ato de perdoar aos outros deve ser encarado como uma gratidão pelo perdão de Deus. É exatamente sobre isso que fala a parábola do devedor dos dez mil talentos (Mateus 18: 23-35). Se Deus nos perdoou uma dívida tão grande que tínhamos com ele, qual a nossa desculpa para não perdoarmos a dívida do nosso irmão que nem se compara àquela que nos foi perdoada?

Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.
Efésios 4:32

Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
Colossenses 3:13

Lembremo-nos que perdoar não é concordar com o erro, nem esquecê-lo. Perdoar é fazer com que aquilo que seu irmão fez contra ti não te traga mais mágoas, de modo que você possa se lembrar daquilo sem se irar contra ele. Não importa quantas vezes ele já errou, assim como o perdão de Deus não se esgota sobre nós o nosso perdão também não deve se esgotar.

Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe.E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe.
Lucas 17:3-4

De nada adianta oferecermos sacrifícios de louvor ao nosso Deus se em nossos corações cultivamos a mágoa ao nosso irmão.

Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.
Mateus 5:23-24

Portanto, volto a afirmar, perdoar não é uma escolha para os cristãos, mas sim uma ordenança bíblica, independente de sua vontade ou disposição em perdoar.


Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.

Lucas 6:36


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